Uma troca de lugares da Ferrari na pit lane causa polêmica na corrida do WEC em Spa: o diretor de corrida Salvi defende a ação controversa
A Ferrari defendeu a manobra controversa na paragem nos boxes das suas duas equipas oficiais, que garantiu ao fabricante uma dupla vitória na classe Hypercar do Campeonato Mundial de Endurance (WEC) da FIA na corrida de 6 horas em Spa.
A equipa continuou assim a sua série de vitórias na temporada em curso. O carro n.º 51, com Alessandro Pier Guidi, Antonio Giovinazzi e James Calado, venceu no sábado a equipa irmã no carro n.º 50, composta por Miguel Molina, Nicklas Nielsen e Antonio Fuoco.
O incidente ocorreu na quarta hora da corrida, durante uma fase de safety car. Na volta 80, quase todos os hipercarros entraram nos boxes ao mesmo tempo. Os dois Ferraris entraram na pit lane com os pára-choques encostados, com o 51 de Giovinazzi.
Por que a Ferrari trocou as posições
No entanto, como os lugares dos boxes das duas Ferraris estavam dispostos de forma que o 50 recebeu apenas uma advertência.
Ferrari Hypercar 50 sob investigação por esta ultrapassagem na PIT-LANE?!
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— FIA World Endurance Championship (@FIAWEC) 10 de maio de 2025
No comunicado divulgado pelos comissários desportivos após a corrida, foi referido que a manobra obrigou o BMW atrás do 51 a travar para evitar uma colisão. Os comissários deixaram claro que se tratou de uma ação intencional para permitir uma ultrapassagem na pit lane entre os dois Ferraris, depois de tal manobra não ter sido possível anteriormente na pista.
O diretor de corrida Salvi não vê problema
«Na opinião dos comissários desportivos, isso constitui uma utilização indevida da pit lane, que não se destina a manobras de ultrapassagem», diz o comunicado. «Além disso, a ação foi realizada sem o consentimento ou mesmo o conhecimento da direção da corrida e em violação das normas de segurança.»
No entanto, ficou apenas numa advertência, o que causou espanto em alguns observadores. O diretor de corrida da Ferrari, Giuliano Salvi, rejeitou a avaliação de que a sua equipa se safou com uma pena leve. «Não concordo», disse Salvi, mas admitiu que foi necessário lidar intensamente com o processo em curso.
No final, a Ferrari decidiu inverter a ordem na pista: Fuoco, no 51 — uma medida que, segundo Salvi, também se encaixava na estratégia. «Já houve situações semelhantes no passado. É certamente algo que deve ser discutido», explicou.
A ordem errada teria «atrasado muito» a Ferrari
«Quando o incidente foi investigado, pensámos numa possível penalização — talvez cinco segundos. Então, reagimos e demos uma vantagem ao 50, já tinha uma vantagem de nove segundos sobre o resto do pelotão.
«Quando isso aconteceu, não tivemos uma avaliação clara. Por isso, dissemos a Pier Guidi: “Fica aí, vamos esperar”. Depois, seguimos imediatamente as instruções de Eduardo Freitas [diretor de corrida]», disse Salvi. «Do nosso ponto de vista, não parecia tão dramático quanto parecia de fora.»






