Alonso vê a categoria rainha em perigo: menos liberdade para os pilotos, mais automatização — e um regulamento para 2026 com grandes riscos
O bicampeão mundial de Fórmula 1 Fernando Alonso critica a Fórmula 1 por ser «um pouco automatizada demais» e teme que isso não melhore com o novo regulamento técnico de 2026.
À margem do Grande Prémio do Azerbaijão de 2025 em Baku, Alonso disse: «Temos de esperar para ver como os carros se comportam no próximo ano e se são difíceis ou fáceis de conduzir. Mas sim, sinto falta dos tempos em que tínhamos mais liberdade no cockpit.»
Por «liberdades», Alonso refere-se à possibilidade de alterar os parâmetros e influenciar diretamente o desempenho do carro. Ele explica: «Antes, podíamos brincar um pouco com as rotações do motor. Em determinadas voltas do fim de semana, tínhamos a potência máxima.»
Quando a Fórmula 1 experimentou pela primeira vez os sistemas híbridos
Alonso gosta de recordar a temporada de Fórmula 1 de 2009 e a introdução do sistema de recuperação de energia cinética (KERS) como o primeiro componente híbrido no desporto do Grande Prémio. Só anos mais tarde é que todo o pelotão apostou no KERS – a partir de 2013, antes de ser substituído por um novo sistema de recuperação de energia em 2014.
Mas, segundo Alonso, o início tinha uma magia especial: «Tínhamos a liberdade de usar seis segundos de potência híbrida quando quiséssemos. Nem sempre a usávamos nos mesmos pontos ideais — isso só acontecia na qualificação. Na corrida, você usava diferentes estratégias para ultrapassar ou se defender dos carros atrás de si», diz Alonso.
O piloto espanhol não só parece melancólico, como até confirma: «Sinto falta desses tempos. E não sei se vamos recuperar algo disso no próximo ano.»
Qual é o efeito da aerodinâmica ativa?
Alonso está especialmente inseguro em relação ao sucessor do DRS: ainda está por ver como é que a aerodinâmica ativa com «modo X» e «modo Y» irá alterar a Fórmula 1. Alonso: «O carro encontra-se automaticamente num ou noutro estado, a energia é utilizada mais ou menos da mesma forma que este ano.»
«Portanto, sim: ainda sinto falta de um pouco de liberdade — ou melhor, de mais liberdade — para os pilotos.» Na opinião de Alonso, isso não existe no novo regulamento da Fórmula 1 — mas há uma grande preocupação de que isso possa ser «embaraçoso» para a «categoria rainha». No entanto, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) tenta refutar essas preocupações.






