A Honda finalmente está a viver o tão esperado renascimento na MotoGP – com consequências, pois faltam apenas 19 pontos para que o fabricante perca as suas concessões de desenvolvimento
Com isso, a Honda deixaria de estar na mesma categoria que a Yamaha, que atualmente ainda oferece todas as vantagens de desenvolvimento às duas equipas de fábrica.
Dois fins de semana de corrida serão decisivos
Com ainda dois Grandes Prémios por disputar na temporada de 2025, está prevista uma nova reavaliação dos grupos de concessão. Desde que a Dorna reintroduziu o sistema em novembro de 2023 para equilibrar as condições de desenvolvimento entre os fabricantes, a classificação das marcas permaneceu inalterada.
O sistema divide os fabricantes em quatro grupos: do grupo A (restrições mais severas) ao grupo D (maior liberdade). Apenas a Ducati está representada no grupo A e assim permanecerá em 2026. O grupo B está atualmente vazio e assim permanecerá.
A Honda está perante um momento decisivo no MotoGP: após um aumento significativo no desempenho nas últimas corridas, faltam apenas 19 pontos para o fabricante sair do nível mais alto de concessão (grupo D).
No grupo C estão a Aprilia e a KTM. O grupo D abriga a Honda e a Yamaha, mas apenas temporariamente para a Honda, se a forma atual se mantiver.
Como funciona a categorização
Duas vezes por temporada, na metade e no final, é verificado em que grupo um fabricante se enquadra. O fator decisivo é a percentagem de pontos obtidos na classificação dos construtores: mais de 85% significa Grupo A, 60 a 85% Grupo B, 35 a 60% Grupo C e menos de 35% Grupo D.
Com 74 pontos ainda possíveis, a Ducati tem 708 pontos, o que corresponde a 95,6% dos pontos atribuídos até agora. A Ducati permanece, assim, no Grupo A. Nenhum outro fabricante atinge a marca dos 60%, razão pela qual, também desta vez, ninguém sobe para o Grupo B.
No Grupo C permanecem a Aprilia (47,9%) e a KTM (43,9%). Ambas estão muito longe dos referidos 60% necessários para subir ao Grupo B.
Honda a caminho do topo
A Honda acumulou 266 pontos nas corridas disputadas até agora. Isso corresponde a 36,9% dos pontos possíveis. Assim, o fabricante japonês está um pouco acima do limite de 35% necessário para passar do Grupo D para o Grupo C.
Por outras palavras: se a Honda conquistar pelo menos 19 pontos nas últimas etapas da temporada em Portimão e Valência, a equipa de fábrica perderá as vantagens do nível mais alto de concessão. E as hipóteses disso acontecer são boas. Nos últimos meses, a Honda tem feito progressos constantes e conquistado pontos regularmente.
Por outro lado, se a equipa ficar abaixo dos 18 pontos, a quota cairia para 32,6% e a Honda poderia manter as generosas liberdades do grupo D. Isso seria possível se nenhum dos quatro pilotos, ou seja, Joan Mir, Luca Marini, Johann Zarco ou Somkiat Chantra, pontuasse.
Mas esse cenário é estatisticamente improvável: nesta temporada, a Honda só conseguiu menos de 19 pontos em quatro ocasiões em dois fins de semana de corrida consecutivos, nomeadamente em Aragão e Mugello, bem como em Assen e no Sachsenring. Desde então, a equipa tem pontuado mais em cada evento duplo.
A Yamaha continua a ser a grande preocupação
A situação é diferente para a Yamaha. O fabricante de Iwata está atualmente com 29,8% dos pontos possíveis e teria de atingir pelo menos 35% para subir para o grupo C. Para isso, seriam necessários 64 pontos nos dois últimos Grandes Prémios – uma meta que, tendo em conta a temporada até agora, é irrealista.
Mesmo os três melhores fins de semana de corrida da Yamaha (Jerez, Sachsenring e Barcelona) renderam apenas 20 pontos cada. Mesmo combinados, esses resultados não são suficientes para atingir o nível necessário. Assim, é muito provável que a Yamaha continue sendo o único fabricante no Grupo D em 2026.
