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A avaliação sincera de Vettel: a partir de 2019, «já em declínio»

Sebastian Vettel admite que já tinha ultrapassado o seu auge como piloto anos antes de se despedir da Fórmula 1 — Por que 2019 foi um «ponto de viragem»

No final da temporada de 2022, Sebastian Vettel se aposentou da Fórmula 1. No podcast Beyond The Grid, o alemão admitiu abertamente, alguns anos depois, que já havia ultrapassado o auge da carreira há algum tempo.
«Eu já estava em declínio [em 2019]», admite Vettel, «e estou feliz por poder dizer isso agora, porque eu não tinha mais aquele impulso final». Antes disso, Vettel havia sido vice-campeão mundial duas vezes com a Ferrari, em 2017 e 2018.

Mas os duelos pelo campeonato mundial com o piloto da Mercedes Lewis Hamilton e as longas temporadas esgotaram as forças de Vettel, o que, segundo ele mesmo, já era perceptível em 2018. «Lembro-me de ter começado a temporada de 2018 e de ter viajado para a primeira corrida, mas não tinha realmente vontade», diz Vettel.

«Eu queria muito correr, mas não queria viajar», explica o alemão. Apesar das dúvidas, Vettel acabou por voar para a abertura da temporada em Melbourne — e até ganhou. Depois disso, ele teve «uma temporada muito, muito forte», lembra-se.

No entanto, Vettel voltou a perder o título e, em 2019, a situação piorou ainda mais, segundo ele próprio, porque os seus filhos também já não queriam que ele viajasse tanto. «Era difícil despedir-me do cão, mas com os filhos era ainda mais difícil», explica Vettel.

Por que Vettel começou a «lutar» em 2019

Por isso, em 2019, ele voltou a sentir «que não queria viajar», lembra-se ele do início da temporada. E, ao contrário de 2018, um ano depois ficou claro desde cedo que não seria suficiente para conquistar o título. «Eu queria muito ganhar o campeonato com a Ferrari», enfatiza Vettel, que se transferiu para a Scuderia em 2015.
«2019 foi para mim uma espécie de ponto de viragem, porque comecei a sentir que não iríamos conseguir. Que não éramos bons o suficiente», diz Vettel. Ao mesmo tempo, ele ganhou um companheiro de equipa muito mais jovem e ambicioso naquele ano, Charles Leclerc.
«O Charles tinha tanta energia. Ele estava num ponto completamente diferente da sua carreira», explica Vettel. Para ele, naquela altura, só as vitórias eram suficientes, enquanto para Leclerc era uma situação nova correr por uma equipa de ponta.

«O Charles chegou e, quando ficámos em quinto e sexto lugar, ele ficou muito feliz com o quinto e o sexto lugar, porque estava numa fase diferente da sua carreira», disse Vettel. Ele próprio, por outro lado, estava «mimado» pelos seus sucessos anteriores, como os quatro títulos mundiais com a Red Bull.

«Acho que foi aí que comecei a ter um pouco de dificuldade», explica. Vettel terminou a temporada do Campeonato Mundial surpreendentemente atrás de Leclerc. Além disso, ele conquistou apenas uma vitória em Singapura durante todo o ano, que também seria a sua última na Fórmula 1.

É por isso que os anos na Aston Martin foram “importantes”

Em 2020, ele teve uma “pausa fantástica” inesperada, porque a temporada só começou em julho devido à pandemia de coronavírus. Isso permitiu que o então piloto de 32 anos passasse muito tempo com a sua família. Ele revela que aproveitou muito essa fase.

Ao mesmo tempo, ele também admite em termos desportivos: «Eu diria que, naquela altura, provavelmente já não estava no auge da minha carreira.» A Ferrari acabou por não renovar o seu contrato para a temporada de 2021.

Apesar disso, Vettel assinou mais um contrato de dois anos com a Aston Martin. «Acho que, no fim das contas, eu estava à procura da certeza: “Ainda sou capaz disso?”», diz ele hoje, com um pouco de distância. Naquela época, ele ainda não sabia que já tinha passado do seu auge.

Também por isso os anos na Aston foram «importantes» para ele, «porque me senti novamente muito bem ao volante. E acredito que ainda tenha alcançado desempenhos de ponta mais tarde, mas, no geral, provavelmente já não estava no auge», explica. Durante o seu tempo na Aston Martin, Vettel conquistou apenas um lugar no pódio. No final de 2022, ele finalmente se despediu da categoria rainha com um pouco espetacular 12.º lugar no campeonato mundial.

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