Em menos de um ano, de uma fábrica vazia a uma equipa de Fórmula 1: Pat Symonds fala sobre a enorme pressão envolvida na construção do novo projeto da Cadillac
Pat Symonds, consultor técnico chefe da Cadillac, descreve a construção da nova equipa de Fórmula 1 como assustadora («frightening»). O experiente engenheiro, que anteriormente atuou como diretor técnico na Fórmula 1 e teve participação decisiva no desenvolvimento do regulamento a partir de 2022, descreve a dimensão do projeto como extraordinária, tanto em termos de cronograma quanto de complexidade.
A Cadillac entrará oficialmente na Fórmula 1 em 2026, depois que a General Motors assumiu a candidatura iniciada pela Andretti Global. No entanto, o pontapé inicial oficial só foi dado em 7 de março deste ano — apenas 364 dias antes do primeiro treino livre na Austrália em 2026.
«Não é possível construir uma equipa de Fórmula 1 em 364 dias», diz Symonds. «Foi impressionante o grande empenho da Cadillac, mesmo antes da entrada oficial ser confirmada. Muitos começaram numa fase em que ainda não estava claro se realmente obteríamos a aprovação.»
Do nada para uma equipa com 400 funcionários
No início do ano, apenas cerca de 160 pessoas trabalhavam no projeto, relata Symonds: «Quando recebemos a confirmação oficial, já eram cerca de 200 — e agora são mais de 420. O crescimento foi rápido, mas também incrivelmente exigente. O recrutamento foi um dos maiores desafios.»
Symonds está particularmente impressionado com a qualidade do trabalho que já foi realizado em tão pouco tempo: «Eu já conhecia muitas das pessoas de antes, e o que encontrei foi realmente de alta qualidade — ao nível das melhores equipas da área.»
A infraestrutura como o maior esforço
Além do desenvolvimento do carro, a construção das estruturas foi uma tarefa enorme: «Construir um carro de Fórmula 1 é difícil — já fiz cerca de 40, então a certa altura já se sabe o que precisa ser feito e quando. Mas a infraestrutura, os processos, os edifícios, a logística — isso é algo que se faz raramente e é um grande esforço.»
A Cadillac já construiu um primeiro chassis de teste para testar os processos de homologação e testes de colisão. «Este chassis não era um carro pronto para correr, porque naquela altura ainda não conhecíamos os detalhes da instalação do motor», explica Symonds.
«Mas ajudou-nos a verificar os processos necessários, também devido às novas normas de segurança, que são muito exigentes.»
Dois caminhos. Um chamado do destino.
O futuro da Cadillac Formula 1 Team começa com eles. pic.twitter.com/4r9g6IsDW1— Equipa Cadillac de Fórmula 1 (@Cadillac_F1) 26 de agosto de 2025
No segundo trimestre, a Cadillac concluiu todos os testes necessários com o protótipo. «O nosso primeiro chassis de corrida já está pronto, os testes de colisão estão agendados para as próximas semanas. Muitas peças estão a chegar agora – estamos a avançar bem.»
Projeto gigantesco com um objetivo claro
Apesar da enorme carga de trabalho, Symonds está otimista em relação ao futuro: «Estamos no bom caminho. A equipa está a crescer, a qualidade está boa e temos um plano claro de como vamos conseguir tudo a tempo do início da temporada.»
Além disso, há um novo regulamento para os motores, no qual a propulsão elétrica representa uma parcela maior da potência total. Para Symonds, esse é um passo decisivo: «Nova aerodinâmica, novo carro, novo motor — tudo de uma vez. Não é um caminho fácil, mas, se funcionar, será um sucesso extraordinário.»




