sexta-feira, maio 10, 2024
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“Perdendo cada vez mais a vontade”: Vinicius Junior desaba em lágrimas

O jogo amigável de terça-feira entre a Espanha e o Brasil tem como tema a luta contra o racismo. Vinicius Junior é um jogador que tem de lidar com isso vezes sem conta. Na conferência de imprensa desta segunda-feira, o brasileiro desatou a chorar

O jogo de terça-feira à noite entre a Espanha e o Brasil no Santiago Bernabéu vai enviar uma mensagem muito importante. O lema do jogo é “Uma pele, uma identidade” – e o objetivo é chamar a atenção para a questão do racismo, ainda omnipresente. A seleção brasileira também jogou a primeira parte da vitória por 4-1 sobre a Guiné, em Barcelona, em meados de junho de 2023, vestida de preto e enviando um sinal contra o racismo.

Infelizmente, o futebol tem de lidar com esta questão uma e outra vez – mais recentemente em Itália, com o incidente entre o defesa do Napoli, Juan Jesus, e o profissional do Inter, Francesco Acerbi. Um jogador que conhece a questão do racismo por experiência própria é o brasileiro Vinicius Junior. “Eu só quero jogar futebol”, disse o jogador de 23 anos numa conferência de imprensa na segunda-feira. “Não está a acontecer apenas em Espanha, está a acontecer em todo o mundo. Estou a perder a vontade de jogar cada vez mais”, acrescentou o driblador, acrescentando em tom combativo: “Mas vou continuar a lutar.”

A proximidade dos sentimentos de Vinicius Junior ficou clara na coletiva de imprensa, já que o atacante foi às lágrimas. “Eu quero que num futuro próximo a gente tenha mais igualdade e menos racismo, que os negros possam ter uma vida normal. Que eles possam voltar para casa e não ter problemas”, disse o brasileiro. “Quero ter a cabeça no lugar – e às vezes não consigo fazer isso.”

Há cerca de dez meses, o veloz brasileiro foi alvo de agressões raciais por parte da torcida durante a visita do Real a Valência, um incidente que causou comoção tanto em Espanha como a nível internacional. Três suspeitos foram presos apenas dois dias depois do jogo. O Real Madrid apresentou queixa por crime de ódio e o Ministério Público abriu uma investigação.

“Sinto-me apoiado pelos meus companheiros de equipa. Espero e desejo que o racismo diminua. Temos de continuar a trabalhar e a seguir o caminho que traçámos”, afirmou o jogador de 23 anos. “A minha família apoia-me – e os adeptos também me encorajam e dizem-me para continuar a lutar.”

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