Jonathan Wheatley, diretor da equipa Sauber, revela por que é que deixou a Red Bull e como pretende levar a Audi ao sucesso na Fórmula 1
Jonathan Wheatley diz que está a gostar de levar a recuperação da Sauber no meio da temporada para 2026. Nesse ano, a equipa passará a ser oficialmente a Audi Fórmula 1. O piloto de 58 anos juntou-se oficialmente à Sauber em abril, após deixar a Red Bull, e já conseguiu avanços notáveis no seu curto mandato como chefe de equipa.
No Grande Prémio da Áustria, Gabriel Bortoleto conquistou os seus primeiros pontos no Campeonato Mundial de Fórmula 1, terminando em 8.º lugar. E em Silverstone, Nico Hülkenberg conseguiu o seu primeiro pódio, terminando em 3.º lugar, no 239.º Grande Prémio da sua carreira. Wheatley pretende aproveitar esta evolução enquanto a equipa se prepara para a transição para a equipa de fábrica da Audi.
«Sinceramente, até agora não consegui muito, além de uma mudança bem-sucedida para a Suíça!», brinca Wheatley à margem do Goodwood Festival of Speed, onde foi um dos visitantes ilustres no fim de semana passado.
Depois, ele fica sério: «Não, é realmente fantástico trabalhar com esta equipa. Mattia já tinha feito um trabalho enorme antes de eu assumir o cargo. De certa forma, a bola já estava a rolar. Desde então, pude mergulhar totalmente na equipa, entender como ela funciona, dar pequenos impulsos aqui e ali – e agora, sentado no muro das boxes em Silverstone, tive pela primeira vez a sensação de que tudo está a encaixar-se.”
A minha primeira corrida foi em Suzuka, o Grande Prémio do Japão, em abril. Desde então, fiz dez corridas em 13 semanas. Foi um período intenso. E, desde o momento em que introduzimos a primeira atualização no carro, foi possível sentir como a confiança dos pilotos cresceu. De repente, eles conseguiam levar o carro ao limite, fazer várias voltas fortes nas qualificações.
«Isso colocou-nos numa posição em que pudemos realmente explorar o nosso potencial. Muitas das bases já estavam lançadas antes de eu chegar. Por isso, não quero ficar aqui a colher louros. É uma grande equipa que trabalha aqui.»
«Os progressos não se limitam ao equipamento técnico, mas também ao treino, à confiança na equipa e a aspetos como as paragens nas boxes, que são uma expressão do espírito de equipa. Quando vemos uma equipa a trabalhar de forma descontraída e, ao mesmo tempo, a fazer paragens rápidas, sabemos que está em sintonia.»
Com vista ao grande pacote de regulamentos que entrará em vigor em 2026, trazendo novas regras para chassis e motores, Wheatley está ciente de que, apesar do apoio da Audi, a equipa tem uma tarefa enorme pela frente. Especialmente na luta contra as equipas de topo já estabelecidas. Mas foi precisamente este desafio que o levou a mudar da Red Bull para a Audi.
Para ele, este é atualmente um dos projetos mais emocionantes de todo o automobilismo: «Faz agora quase um ano que tive a minha entrevista de emprego», conta. «Na altura, fui diretamente de Goodwood para o aeroporto de Southampton para me encontrar com a Audi. Desde então, estou a bordo.»
«Cresci com estas imagens… Os Audi Quattros, com chamas a sair do escape enquanto aceleram pela floresta! A Audi sempre fez as coisas à sua maneira. É fantástico fazer parte desta jornada. Provavelmente é o maior projeto do automobilismo atualmente. Uma história incrível. Ótimo para a Fórmula 1. E todos devem se alegrar com isso.»
«Mas temos de permanecer humildes diante da tarefa que temos pela frente. Vai ser difícil chegar ao nível das equipas de topo. E para as superar, é preciso um impulso enorme. Mas estou firmemente convencido: vamos chegar lá. Já estamos no caminho certo. Já conseguimos aproveitar as nossas oportunidades em algumas corridas com chuva.»
«Muito em breve vou usar uma camisa com quatro anéis. E então serei o chefe de equipa mais feliz da Fórmula 1.»
