O início do Summer Games Fest também dá o que falar em 2025. No centro das atenções: um anúncio marcante, um boné com a frase «Make FPS great again» e um modo de jogo estabelecido há anos.
Na noite de sexta-feira, Ian Proulx não deixou dúvidas sobre o quanto está convencido de Splitgate 2. Antes mesmo de o CEO do estúdio de desenvolvimento 1047 Games dizer uma palavra, o seu boné já destacava o lema do jogo de tiro em arena com portais. «Make FPS great again» estava escrito no boné, em referência ao lema do presidente dos EUA, Donald Trump.
Já na moda, o breve monólogo do cofundador da 1047 também foi confiante. «Cresci a jogar Halo. Estou cansado de jogar o mesmo Call of Duty todos os anos. E gostaria que tivéssemos Titanfall 3», explicou ele sobre o desenvolvimento da segunda parte de Splitgate. Palavras marcantes sobre o jogo lançado no final de maio, após as quais Proulx finalmente revelou por que tinha vindo ao Summer Games Fest: «Splitgate Battle Royale está disponível gratuitamente a partir de agora.»
Palavras grandiosas, pouco conteúdo?
O que inicialmente parecia pouco controverso, gerou uma onda de críticas contra o jogo e os desenvolvedores. Nas redes sociais, há várias publicações negativas sobre a apresentação. As críticas do Steam sobre Splitgate 2 também estão repletas de comentários sobre o Summer Games Fest. A opinião unânime: a apresentação de Proulx e a sua declaração de querer tornar os jogos FPS novamente fantásticos são exageradas, tendo em conta o anúncio de um Battle Royale.
Battle Royale e monetização são coisas antigas
Não se pode negar que os Battle Royales estão longe de ser revolucionários. Já em 2017, Fortnite e PUBG, talvez os representantes contemporâneos mais importantes do género, chegaram ao mercado e deram início ao hype em torno do princípio «último homem de pé». Desde então, surgiram inúmeros jogos que integraram o conceito ou apostaram completamente nele.
Entre os maiores títulos de Battle Royale está Call of Duty: Warzone, parte da mesma série que Proulx criticou no Summer Games Fest — como também foi notado pela comunidade. «Vocês criticaram Call of Duty no palco, mas copiaram as mecânicas de Warzone para o vosso Battle Royale em Splitgate 2 e lançaram um pacote de skins de 80 dólares», afirmou o youtuber de jogos «HunterTV» no X.
Como ‘HunterTV’ já mencionou, Splitgate 2, como título gratuito, também utiliza monetizações que estão estabelecidas há anos. «Você abre o jogo e há três moedas, um Battle Pass e uma skin de portal que custa 34 dólares e torna o seu portal branco», destaca o colega do YouTube ‘Stryxo’.
Proulx mantém a sua opinião
Poucas horas após a abertura do Summer Games Fest, Proulx reagiu pessoalmente com uma publicação no X à controvérsia. «Não estou aqui para pedir desculpas, mas para esclarecer algo», começou ele, abordando primeiro o seu boné: «Isto não é uma declaração política, é literalmente o que significa, por isso aceitem-no como tal.»
Em seguida, ele reforçou a sua opinião de que a situação atual dos jogos FPS multijogador é tragicamente entediante. Um status quo que a 1047 Games espera corrigir, «quer vocês queiram Arena, Battle Royale, Onslaught ou Map Creator».
É preciso dar crédito a Proulx por ele e a sua equipa terem conseguido com a primeira parte de Splitgate o que ele espera do sucessor: a inclusão de portais como elemento tático trouxe dinamismo ao cenário dos jogos de tiro e, segundo ele, entusiasmou cerca de 20 milhões de jogadores. A sua postura confiante e a convicção no próprio produto não são, portanto, apenas uma faceta necessária da venda, mas têm uma base.
Anões nos ombros de gigantes
Da mesma forma, é claro que ambos os spin-offs de Splitgate não reinventam completamente o género de jogos de tiro. Jogos de tiro em arena como Overwatch (2016) já existiam antes do lançamento da primeira parte, e com Quake Champions, um dos precursores do género recebeu uma renovação em 2022. Os modos Battle Royale também não são novidade desde Fortnite e companhia, e a abordagem free-to-play e a monetização que a acompanha são a base económica da maioria dos jogos para dispositivos móveis.
É claro que é perfeitamente legítimo e inevitável explorar géneros existentes e utilizar modos, mecânicas ou monetizações estabelecidos. Por um lado, não foi à toa que eles se impuseram. Por outro lado, muitas vezes basta uma reviravolta inteligente no lugar certo para despertar um novo entusiasmo por um sistema já conhecido. No entanto, é importante estar ciente do trabalho prévio realizado para não se atrapalhar.




