terça-feira, outubro 7, 2025
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Helmut Marko admite: a posição na pista teria sido melhor do que os pneus duros novos

Um erro estratégico custou à Red Bull o pódio na corrida de Fórmula 1 em Espanha, mas será que Max Verstappen poderia ter vencido o Grande Prémio?

Um raro erro estratégico da Red Bull influenciou decisivamente o resultado do Grande Prémio de Espanha. O consultor de automobilismo Helmut Marko admitiu à ServusTV na segunda-feira após a corrida: a decisão de enviar Max Verstappen para trocar os pneus por um novo conjunto duro durante a saída do safety car foi um erro.

«O safety car apareceu no pior momento», disse Marko. A equipa tinha três opções: um pneu duro novo, um pneu macio com sete voltas ou permanecer com o pneu macio atual, que tinha oito voltas. A escolha recaiu sobre o pneu duro novo, partindo do princípio de que este teria um pico de desempenho na reinicialização.

Marko: queda de temperatura foi a causa do mau reinício

Mas este cálculo não resultou. O carro de segurança permaneceu em pista mais tempo do que o esperado e, nesta fase, os pneus duros perderam muito calor, um problema conhecido desta mistura. Oscar Piastri aproveitou habilmente a situação e liderou o pelotão de forma extremamente lenta no reinício, o que agravou ainda mais os problemas de aquecimento.

«Quanto mais lento, mais a temperatura desce», explica Marko. Quando a corrida foi reiniciada, Verstappen estava impotente. Na curva de entrada para a meta, ele teve dificuldade em manter o carro na pista — não havia como pensar em atacar a liderança.

O campeão mundial questionou a decisão pelo rádio: porquê um pneu duro? A resposta: era o único conjunto novo. Mas Marko admite abertamente que a suposição de que um pneu novo seria automaticamente a melhor escolha não se aplicava neste caso. Nas circunstâncias, o pneu duro era a pior opção.

Dados: Verstappen provavelmente não teria conseguido vencer a corrida

Uma análise dos dados do nosso parceiro tecnológico PACETEQ corrobora esta avaliação. O desgaste médio dos pneus no Grande Prémio de Espanha foi de 0,122 segundos por volta. Se Verstappen tivesse continuado com os pneus macios antigos, os McLaren, com os seus pneus macios novos, teriam tido pneus cerca de um segundo mais rápidos por volta, de acordo com as projeções. Além disso, a McLaren já era duas a três décimas mais rápida que a Red Bull.

Isso resulta num delta teórico de cerca de 1,2 segundos por volta – com um delta de ultrapassagem necessário de cerca de 0,5 segundos no Circuito da Catalunha. Oscar Piastri e Lando Norris poderiam, portanto, ter ultrapassado Verstappen com relativa facilidade. Contra o piloto da Ferrari, Charles Leclerc, por outro lado, teria sido mais renhido: o delta dos pneus e o desempenho do carro, combinados, teriam provavelmente resultado numa vantagem de apenas cerca de sete décimos. Verstappen poderia, portanto, ter defendido o P3.

O facto de os pneus novos terem feito uma diferença decisiva também ficou evidente no meio do pelotão. Nico Hülkenberg ainda tinha um pneu macio novo, Isack Hadjar e Lewis Hamilton não, e o alemão conseguiu ultrapassar os dois sem esforço. Por outro lado, pilotos como Liam Lawson, Esteban Ocon e Gabriel Bortoleto ficaram claramente para trás após o reinício. Todos eles permaneceram na pista com pneus velhos durante o safety car.

Marko também suspeita de uma possível reinicialização com pneus velhos: «Então, provavelmente os dois McLaren teriam-nos ultrapassado, mas teríamos conseguido manter Leclerc atrás de nós.» Em vez disso, Verstappen perdeu a posição para Leclerc e viu-se numa disputa com George Russell na primeira curva.

Conclusão: Red Bull em um dilema estratégico

Quando questionado sobre quem foi o responsável pela decisão, Marko respondeu diplomaticamente: “Isso é decidido em equipe.” O erro foi baseado em uma suposição errada, ou seja, que um pneu novo é sempre melhor do que um usado.

«Naquele momento, tínhamos os pneus melhores ou os pneus menos usados», disse Marko, em retrospetiva. «A posição na pista teria sido melhor do que um pneu duro novo.» No entanto, a Red Bull estava sob pressão estratégica devido à estratégia de três paragens escolhida anteriormente e simplesmente não tinha mais nenhuma opção ideal disponível.

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