No jogo entre Maiorca e Barcelona, o golo de Ferran Torres causou grande discussão. Os insulares ficaram muito frustrados por o jogo não ter sido interrompido após um golpe na cabeça.
Foi uma cena curiosa aos 23 minutos. Após um remate de Lamine Yamal, o defesa Raillo cabeceou a bola e ficou atordoado na sua própria área. Quase todos esperavam uma interrupção. O árbitro Munuera colocou o apito na boca, mas não apitou. Os catalães continuaram a jogar contra a defesa pouco convincente do Mallorca e, no final, Ferran Torres chutou a bola por cima de Raillo, que estava no chão, para fazer o 2 a 0 no canto longo. O guarda-redes Leo apenas olhou para trás, desanimado.
Mas por que Munuera não interrompeu a partida? É claro que o técnico do Mallorca, Jagoba Arrasate, também se perguntou isso. «Na semana passada, foi-nos explicado na reunião que o jogo seria interrompido em caso de golpe na cabeça. O quarto árbitro, que estava à minha frente, disse-lhe para interromper o jogo, pois se tratava de um golpe na cabeça. Todos pensaram que ele tinha apitado.» Munuera justificou a sua decisão alegando que Raillo tinha ido deliberadamente com a cabeça para a bola, ou seja, não tinha sido «atingido» por Lamine Yamal. «Não compreendo muito bem», continuou Arrasate. «Quando se leva com a bola na cabeça, às vezes fica-se tonto. Não acreditei quando o vi a correr para o círculo central.»
O próprio Raillo também não conseguiu entender a decisão. «Fico um pouco tonto e caio. Ele tem dez segundos para interromper o jogo. Se as regras dizem algo, é preciso cumpri-las.» Ele não culpou os jogadores do Barcelona, aparentemente nem mesmo o rematador acreditava que o golo seria válido. «Ferran Torres disse-me que pensou que tinha sido apitado e por isso rematou.»
Flick também comentou a cena decisiva: «Digo à equipa que temos de jogar até o árbitro apitar o fim do jogo. É uma decisão do árbitro e temos de aceitá-la.» Se estivesse do outro lado, ele também não teria ficado «feliz», admitiu o técnico de 60 anos.
No Mallorca, a frustração tomou conta após o 0 a 2. Dez minutos depois, Manu Morales recebeu o cartão vermelho após uma falta desnecessária em Lamine Yamal. O meio-campista já havia recebido um cartão amarelo por reclamar da jogada controversa. O cartão vermelho contra Vedat Murici após intervenção do VAR aos 39 minutos também foi a decisão correta, já que Munuera inicialmente havia mostrado apenas cartão amarelo pela cabeçada contra o guarda-redes Joan Garcia.
Raphinha escapa com cartão amarelo
Nos acréscimos do primeiro tempo, Raphinha, completamente motivado, entrou com tudo em Mateu Morey, ex-jogador do Dortmund. Desta vez, Munuera mostrou apenas o cartão amarelo e acabou por irritar definitivamente o estádio. «São muitas decisões contra nós», disse Raillo sobre a cena. «As regras existem para serem cumpridas.»
Quando questionado sobre o desempenho da sua equipa, que com dois jogadores a mais em campo só conseguiu marcar mais um golo, Flick disse: «Jogar com 50 ou 60% contra nove jogadores não é possível. Temos de jogar mais rápido e melhorar algumas situações.» O seu resumo: «Não gostei do jogo.» Ele certamente não estava sozinho em Maiorca.




