sábado, outubro 25, 2025
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Grande preocupação com o mito do wrestling

Ele é uma das últimas lendas de uma era perdida: Abdullah the Butcher, conhecido pelas suas lutas brutais contra inúmeras estrelas do passado, está no hospital com problemas «graves».

Grande preocupação com uma das últimas figuras míticas de uma era passada do wrestling: Abdullah the Butcher, membro do Hall da Fama da WWE, está internado no hospital, segundo relatos de pessoas próximas a ele. A situação do lutador de 84 anos é considerada grave.

O «Homem Selvagem do Sudão» enfrenta «sérios problemas de saúde», informou o agente Steve Stasiak nas redes sociais, sem dar mais detalhes: «Enviem orações, amor e força para ele esta noite. »

Abdullah the Butcher: lenda de uma era perdida

Lawrence Shreve, o nome verdadeiro de Abdullah, é um dos ícones mais famosos do «hardcore wrestling», famoso pelas suas muitas lutas brutais e sangrentas que travou ao longo de mais de 50 anos de carreira com lendas de várias gerações.

Shreve é originário do Canadá e cresceu em condições de extrema pobreza antes de fazer a sua estreia no ringue em 1958 e se tornar uma estrela dos combates espetaculares. Shreve desenvolveu na sua terra natal o papel de um vilão árabe imprevisível, que supostamente não falava inglês e só sabia expressar-se através da força bruta.

Antes da ascensão da WWE como líder nacional e global no mercado na década de 1980, Abdullah era uma atração no sistema territorial comum da época: Ele viajava de região em região na América do Norte e era apresentado em todos os lugares como uma ameaça monstruosa às estrelas locais, acompanhado por gerentes que falavam por ele, entre eles lendas como o «Grand Wizard» Ernie Roth, Paul Jones, Gary Hart e J.J. Dillon.

Também noutros bastiões do wrestling, como Porto Rico e Japão, Abdullah é um fenómeno popular que, em parte, ultrapassa as fronteiras culturais. No Japão, existem até várias personagens de manga e anime inspiradas nele.

Rivalidades com inúmeras ícones

Entre as rivalidades mais famosas de Abdullah estão as suas disputas com outras lendas famosas do hardcore, agora falecidas, como o Original Sheik (Edward Farhat, tio e modelo de Sabu, falecido este ano), Bruiser Brody e Terry Funk. Abdullah também enfrentou inúmeras outras lendas de diferentes épocas e países em grandes combates no ringue: Harley Race, Jack Brisco, Giant Baba, Jumbo Tsuruta, Antonio Inoki, Carlos Colon, Dusty Rhodes, Stan Hansen, Andre the Giant, Hulk Hogan (no Japão), Kenta Kobashi – é um verdadeiro Who is Who da indústria.

Abdullah gostava de usar um garfo como arma especial e era famoso pela sua predileção por lutas sangrentas. De acordo com o seu colega do Hall da Fama e companheiro Mick Foley (Mankind, Cactus Jack), Abdullah conseguia colocar moedas grandes nas cicatrizes características na testa, que ele mesmo causava através do «blading» — automutilação intencional com lâminas de barbear para causar o efeito de sangue no ringue.

Abdullah tornou-se mundialmente famoso na cena, embora quase nunca tenha atuado numa liga nacional de topo. A única exceção foi uma passagem pouco bem-sucedida do peso pesado pela antiga concorrente da WWE, a WCW, no início dos anos 90, onde disputou combates contra Sting e Foley. Depois disso, seguiram-se algumas participações esporádicas na liga cult ECW de Paul Heyman e, com mais de 60 anos, na Ring of Honor, a promoção independente que marcou o estilo dos anos 2000.

Abdullah só terminou a sua carreira ativa em 2010, com quase 70 anos.

A WWE homenageou o seu legado em 2011

A lenda de Abdullah não é isenta de manchas: em 2014, ele foi condenado no Canadá por lesão corporal por negligência, por ter infectado um colega lutador com hepatite C durante uma das suas típicas lutas sangrentas. «Hannibal» Devon Nicholson recebeu uma indenização de milhões de dólares, porque a doença fez com que um contrato concretizado com a WWE fosse cancelado.

O legado de Abdullah também é controverso dentro do meio: quando ele foi introduzido no Hall da Fama da WWE em 2011, o ex-campeão «Superstar» Billy Graham ameaçou retirar-se do Hall da Fama: ele não queria estar ao lado de um «animal sanguinário».

Exatamente o que alguns desprezavam nele era justamente o que conferia a Abdullah o estatuto de ícone no meio. A WWE resume bem o estatuto especial da lenda na sua biografia do Hall da Fama: «Um campeão não era campeão enquanto não estivesse no ringue com Abdullah the Butcher.»

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