Tribunas vazias, rostos tristes – e o novo treinador reconhece o medo: uma imagem miserável. Kevin Schade, por outro lado, diverte-se.
O que acontece normalmente quando se está a ganhar por 1 a 0, mas depois se desperdiça oportunidade após oportunidade? Qualquer fã de futebol sabe que isso geralmente se volta contra a equipa. A menos que se enfrente o West Ham United. «Sinceramente, senti-me bastante confortável», disse o treinador Keith Andrews quando questionado sobre isso após a vitória do seu FC Brentford na segunda-feira à noite contra os Hammers. Só nos acréscimos é que a sua equipa fechou o jogo com o resultado final de 2 a 0.
O West Ham, que teve de jogar sem Niclas Füllkrug, novamente lesionado, parecia completamente desamparado e terminou o jogo com um valor xGoals de 0,33, quase lisonjeiro. Desde o início, o Brentford foi a única equipa que demonstrou perigo. Pouco antes do intervalo, o notável Kevin Schade, com a sua primeira assistência da temporada, serviu Igor Thiago para o quinto golo da temporada – a tão esperada vantagem (43′). Após o intervalo, Schade, entre outros, falhou sozinho na entrada da área, acertando na barra (62′), que Igor Thiago já tinha acertado anteriormente (30′).
Nuno Espírito Santo, que assumiu o lugar de Graham Potter — agora novo treinador da seleção sueca — no final de setembro, tentou reverter a situação com uma tripla substituição e uma mudança no sistema durante o intervalo. Não surtiu qualquer efeito. Em vez disso, os Hammers terminaram o jogo com apenas dez jogadores, porque o ex-Stuttgart Konstantinos Mavropanos, que tinha entrado como suplente, não pôde continuar a jogar na fase final, quando já não havia mais substituições disponíveis.
Foi uma noite em que nada correu bem. Desde o início, o clima no London Stadium era assustador, com muitos adeptos a não comparecerem em protesto contra a direção do clube ou a preferirem ficar em silêncio. Enquanto o Brentford comemorava a sua primeira vitória fora de casa, o West Ham começou com quatro derrotas em casa e continua em penúltimo lugar, com apenas quatro pontos em oito jogos.
«O silêncio transforma-se em medo»
«Estamos todos preocupados», admitiu Espírito Santo. «Sente-se isso nos nossos adeptos. Vê-se que estão preocupados. A preocupação transforma-se em silêncio, o silêncio transforma-se em medo. E o medo transmite-se aos jogadores. Temos um problema.» Na verdade, o português não tem apenas um problema. Entre outras coisas, apenas três jogadores da sua equipa marcaram nesta temporada, sendo Jarrod Bowen (três golos na temporada) a única esperança ofensiva. Na defesa, falta qualquer tipo de soberania; contra o Brentford, quase todas as situações de bola parada representaram perigo.
Agora é preciso «mudar o momentum», exige o treinador antes do confronto com o rival Leeds United. «Os adeptos precisam de algo que lhes agrade para que possam apoiar-nos e dar-nos energia.» Talvez seja bom que o West Ham jogue fora de casa na sexta-feira.
