O acidente com George Russell em Barcelona foi notícia, mas, segundo Günther Steiner, foi precisamente esse momento que foi decisivo para o desenvolvimento de Max Verstappen
O controverso incidente entre Max Verstappen e George Russell no Grande Prémio de Espanha de 2025 pode, em retrospetiva, revelar-se um ponto de viragem importante na carreira do tetracampeão mundial. Pelo menos é o que acredita Günther Steiner, ex-chefe da equipa Haas.
Ele acredita que a situação tornou Verstappen um piloto ainda melhor a longo prazo: «Esse momento deixou claro para ele que não pode mais fazer coisas assim, porque perde muitos pontos», disse ele no podcast The Red Flags.
No reinício da corrida, houve um toque inicial quando Russell colidiu com Verstappen. O piloto da Red Bull teve de desviar-se para a zona de escape, mas regressou à pista à frente do piloto da Mercedes.
A batida em Russell e as suas consequências
Para evitar uma possível penalização, a Red Bull pediu a Verstappen que devolvesse a posição. No entanto, o holandês não concordou.
O que se seguiu causou grande discussão: quando parecia que Verstappen iria deixar Russell passar, ele desviou para o Mercedes dele antes de finalmente deixá-lo passar. A direção da corrida puniu a manobra com uma penalidade de dez segundos, fazendo Verstappen cair da quinta para a décima posição.
Steiner vê o incidente claramente como parte de um processo de aprendizagem: «É óbvio que se aprende cometendo erros. Aprender significa cometer erros, e acho que isso o tornou melhor, porque depois disso ele nunca mais fez nada estúpido. Acho que ele aprendeu com isso e isso o ajudou no futuro.»
Steiner: Perguntas do tipo «e se» são inúteis
Embora o incidente tenha prejudicado Verstappen naquele momento, Steiner avalia isso como um investimento necessário: «É claro que isso lhe custou algo na época, mas esses custos foram um investimento, porque se ele tivesse continuado assim… Acho que ele entendeu isso e reagiu, porque agora percebeu: Depois do que fiz, não devia ter feito isso.»
Steiner também considera pouco útil a pergunta frequente sobre os pontos perdidos: «É claro que se pode sempre dizer: “Oh, se isso não tivesse acontecido…” E talvez isso o tenha irritado, mas não importa o que ele ou nós digamos sobre os pontos perdidos, isso não muda os seus pontos no final da temporada.»
«Se isso não tivesse acontecido, teria acontecido outra coisa? Nunca saberemos, porque não se pode reproduzir um acontecimento que já aconteceu.»
Para o homem de 60 anos, porém, está claro que Verstappen tirou as conclusões certas para o futuro da situação no Grande Prémio de Espanha: «Para mim, ele percebeu que não deveria ter feito isso. Ele aprendeu a não fazer mais isso e não voltou a fazê-lo. Por isso, acho que ele amadureceu.»
A conclusão do antigo chefe de equipa é clara e deve causar desconforto aos rivais: «Ele é agora um Max Verstappen ainda melhor do que era este ano em Barcelona. Assustador, se pensarmos bem. E talvez, se ele controlar o seu temperamento, se torne ainda mais imparável e sereno. Um Max Verstappen mais sereno é assustador.»

