Franz Tost elogia a Honda e sugere que o projeto conjunto com a McLaren não funcionou devido a uma certa arrogância dos ingleses
Hoje em dia, a McLaren e a Honda comemoram grandes sucessos na Fórmula 1. No ano passado, por exemplo, Max Verstappen conquistou o título de campeão mundial de pilotos pela quarta vez consecutiva com a Honda em seu Red Bull, enquanto o título de construtores foi para a McLaren-Mercedes.
Em retrospetiva, é ainda mais surpreendente que a parceria entre as duas empresas não tenha funcionado há cerca de dez anos. De acordo com o ex-chefe da equipa Toro Rosso, Franz Tost, as razões para isso devem ser procuradas principalmente em Woking.
«Tivemos uma excelente colaboração com a Honda», recorda Tost na ServusTV. Depois de três anos sem sucesso entre a McLaren e a Honda, entre 2015 e 2017, as duas empresas separaram-se e a Honda juntou-se à Toro Rosso.
Na altura, a McLaren culpava publicamente a Honda pela falta de resultados. Ainda hoje é lendária, por exemplo, a explosão de Fernando Alonso no rádio em Suzuka, onde ele se referiu ao motor japonês como um «motor de GP2», justamente na corrida em casa deles.
E Tost lembra que algumas pessoas na McLaren também demonstravam uma certa arrogância nos bastidores. «Houve um show run em Londres. Já tínhamos conversado com a Honda», lembra ele de uma situação ocorrida em 2017. «Então, o pessoal da McLaren me disse: “O que você quer com eles?” Eu respondi: “Fiquem tranquilos, conversaremos sobre isso daqui a cinco anos”. Só que, cinco anos depois, eles já não estavam mais lá», revela Tost com um sorriso.
Honda: da Toro Rosso para a Red Bull
O austríaco não revela quem exatamente ele quer dizer com isso. O fato é que a Honda teve “muito, muito sucesso na Fórmula 1” com a Red Bull, lembra Tost, e revela: “Na época, eu disse ao presidente da Honda que precisávamos simplesmente começar 2018 como um ano experimental.”
«Temos de trabalhar arduamente. Então, há uma chance de que a Red Bull também adote este motor e dispute o campeonato mundial», disse Tost, que acabou por acertar na sua previsão, pois a partir de 2019 a Honda passou a fornecer não só a Toro Rosso, mas também a grande equipa da Red Bull.
«E foi assim que conseguimos. Com muita, muita disciplina. E adorei trabalhar com os japoneses. São pessoas muito fiáveis, trabalhadores meticulosos, que também têm o know-how necessário», afirma Tost, que por isso tem a certeza de que o projeto McLaren-Honda não falhou por causa dos japoneses. «Na altura, não funcionou na McLaren porque não houve qualquer colaboração, porque os ingleses simplesmente não divulgaram informações ao exterior. Connosco, tudo funcionou muito bem desde o início“, salienta Tost. ”E em 2019, eles já tinham ganho a primeira corrida [com a Red Bull]. E a outra história, nós já a conhecemos”, afirma o experiente chefe de equipa. De facto, a Honda voltou ao caminho certo com a Red Bull muito mais rapidamente do que a McLaren conseguiu.
Enquanto a Red Bull-Honda venceu corridas a partir de 2019 e até títulos mundiais consecutivos a partir de 2021, a McLaren só voltou a conquistar uma vitória em 2021 e um título em 2024. Para Franz Tost e companhia, isso deve ter sido uma pequena satisfação.

