Com o Brasil, Carlo Ancelotti sonha com o sexto título mundial da orgulhosa nação futebolística. É muito emocionante saber com que plantel o italiano vai encarar essa missão. Ele estabeleceu uma condição para a participação de Neymar na Copa do Mundo.
Após a sua emocionante despedida de Madrid, que deixou como o treinador mais bem-sucedido da história do Real, Carlo Ancelotti decidiu conscientemente seguir novos caminhos. Em vez de se estabelecer na capital espanhola ou em Vancouver, uma das suas cidades favoritas, o italiano mudou-se para o Rio de Janeiro. Para se dedicar de corpo e alma à sua nova função como treinador da seleção brasileira.
Ancelotti passa grande parte do ano na metrópole brasileira, como revelou numa grande entrevista ao renomado jornal espanhol AS. «Tento aprender todos os dias algo sobre o futebol atual no Brasil, a cultura do país, simplesmente tudo. Vivo o máximo de tempo possível no Rio de Janeiro. Gosto muito da cidade.»
Ancelotti já não sente a pressão que o acompanhava constantemente em Madrid. «Agora tenho tempo para observar tudo com calma.» Isso corresponde mais à sua natureza. Ancelotti está entusiasmado com «os jogadores e a estrutura do futebol brasileiro, com um presidente muito jovem que quer mudar as coisas para melhor».
Os «europeus-brasileiros» observam os assistentes de Ancelotti
Ele conscientemente deixa os seus assistentes observarem o futebol europeu mais intensamente. Ancelotti, por sua vez, concentra-se totalmente no «mercado» brasileiro. Sete jogadores do atual plantel da Seleção ganham o seu dinheiro no seu país natal.
Não é um ato de desespero, mas sim uma prova de confiança na qualidade do Brasil. Ancelotti cita como exemplo Vitor Roque, que fracassou na Europa recentemente: «Ele é muito bom, marcou muitos golos pelo Palmeiras e está muito melhor do que na época em que jogou pelo Barcelona e pelo Betis. Um perfil de avançado que eu aprecio muito.»
Até agora, poucos têm a garantia de participar no Mundial. «Outros, como Vitor Roque, ainda podem lutar por um lugar na lista final», esclarece Ancelotti.
Eder Militao e Vinicius Junior, dois ex-alunos do Real, têm as melhores cartas na mão. O primeiro está novamente «na sua melhor forma e ainda mais maduro do que antes das duas lesões nos ligamentos cruzados», elogia Ancelotti ao defesa-central. Vinicius Junior, que tem sido frequentemente criticado pelo seu fraco desempenho na seleção nacional, também está «a aproximar-se da sua melhor forma aqui connosco».
Um caso especial é, sem dúvida, o de Endrick, outrora aclamado como um prodígio. Nesta temporada, o avançado, treinado por Xabi Alonso, que Ancelotti elogia expressamente pelo seu trabalho, entrou apenas uma vez em campo na La Liga, saindo do banco, e não teve mais oportunidades.
«Ele é um jogador extremamente importante, pois é um dos talentos que o futebol brasileiro produziu. Estamos a observá-lo atualmente», diz Ancelotti, que depois esclareceu os rumores: «Mas não é verdade que eu tenha dito que Endrick precisa sair do Madrid para ir ao Mundial. Isso é um assunto entre o Madrid e o jogador. Quem diz que eu disse isso está errado. Ele precisa conversar com o clube e tomar a melhor decisão para si e para o Madrid. Eu nunca aconselharia o Real Madrid sobre o que fazer com um dos seus jogadores. O clube sabe muito bem o que tem de fazer.“
”Ninguém pode negar o talento de Neymar, mas…”
Um tema emotivo no Brasil é também o que envolve Neymar, que, após um início promissor no FC Santos, está cada vez mais em declínio e causa discussões dentro da equipa. O jogador, agora com 33 anos, espera disputar o que provavelmente será o seu último Mundial, tal como Lionel Messi pela Argentina ou Cristiano Ronaldo por Portugal.
Mas ainda há um longo caminho a percorrer para que isso aconteça. Ancelotti é claro: «Ninguém pode negar o talento de Neymar, mas ultimamente ele tem lutado contra lesões. Agora ele está de volta ao campo, mas primeiro precisa recuperar a sua melhor forma física. Isso é normal no futebol atual, que é muito exigente e intenso fisicamente.» Sem a forma física necessária, a suposta vaga de Neymar na equipa será ocupada por outro jogador. Ancelotti tem um plano – e um sonho. «Temos qualidade para competir no Mundial e lutar pelo título. O objetivo é conquistar o nosso sexto título mundial.» Esse objetivo deve estar na cabeça dos jogadores, apesar de todas as disputas dos últimos meses e anos.